Dobrando a curva, logo depois do dique, aparece o rio gordo e profundo.
Nas encostas, como é setembro, a colheita serpenteia feito uma ladainha.
Não há como ficar indiferente diante deste cenário.
Todos os sentidos são invadidos pelos verdes claros, escuros , verdes aveludados que se espalham por toda a vista e escorrem montanha abaixo até misturar- se no vale com o verde oleoso, denso- quase- negro do rio.
Um rio fundo como uma noite interior.
Há neste lugar um silencio que comove. Faz pensar em todos os nomes que conhecemos. Lugares por onde já andamos e ficaram registrados em algum lugar na memória. Aromas reconhecidos que sossegam a alma. Mais que tudo a sensação aquietante de ter chegado a casa.
E se, insistentes, penetrarmos ainda mais neste silêncio, poderemos ouvir como uma absolvição ou uma benção o lento sussurro do Douro.
carmela forsin
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