foto GL |
Hoje continua, vou ver pela Tv, não tenho a simplicidade de ir pra arquibancada e assitir, não sei porque…talvez porque não vá sozinho, não sei…lembro que Carmela assistiu o desfile na arquibancada comigo quando estava grávida de 7 meses…hoje acho uma loucura, naquela vez era absolutamente normal, achava que os fluídos contaminariam o bebê que já nasceria uma foliã, ahhh os homens…não sabem de nada…enquanto eu curto o Carnaval ela vai ver Hitchcock no cinema abaixo de 5 graus. Eu fervo e ela gela…nada feito. O que eu sou, sou eu e mais nada.
É o Segundo dia, tem Mangueira, Beija Flor e isso não é pouco…mas ontem teve entre outras a Mocidade, teve a Unidos da Tijuca e o Salgueiro, só essas três já valeram…mas a bateria da Mocidade não vai sair da minha cabeça nunca mais, o que eles fizeram naquela avenida ontem prá contar precisaria de uma noite inteira, contar toda a história das baterias, dizer das diferenças entre elas só perceptíveis a quem acompanha e ouve percebendo o que está se passando, falar de quantos ensaios foram necessários para chegar a fazer naquilo que fizeram, dos mestres ancestrais que construíram a bateria nota 10, do que é paradinha, e o que é o paradão…do repique, do repinique, do pandeiro e do tamborim, da marcação, do bumbo, dos mestres de bateria e suas artes, vou ter muito pra contar se eu quiser revelar o que aconteceu ontem ali, na minha frente quando a bateria chegou em frente aos jurados que estavam do outro lado em frente ao setor 9 onde eu estava…aconteceu uma coisa ali e eu juro que nunca tinha ouvido e visto nada igual…a bateria parou, a escola segurou o samba, eu arrepio agora ao contar, toda a avenida arrepiou, deu medo que atravessassem, mas nada, o repinique entrou, mas entrou de uma maneira tão atordoantemente veloz e preciso, puxando o ritmo e andamento sozinho, com velocidade e força, por alguns segundos eternos, uma destreza mágica, e a poderosa, com aproximadamente 400 integrantes, ouvindo o chamamento do repenique, entrou com o peso da onda de Nazaré, e caiu tudo, quebrou, e as arquibancadas tremeram, todo povo se levantou, todos urravam como num gol, um gozo geral! Uma coisa I na cre di tá vel…e tudo se juntou como se estivesse colado pra sempre, vozes, o canto, a música, a bateria, tudo junto no compasso vibrando, todo mundo dançando, levantava defunto…o cemitério estremeceu…lá vem a bateria da Mocidade Independente, não existe mais quente, não existe mais quente…!!!
11 fev2013
11 fev2013