terça-feira, 20 de março de 2012

Ministério Sangue Bom


A luta constante por cargos no governo Dilma tem uma expressão destacada no Ministério da Cultura desde a primeira hora. Depois da longa e midiática gestão de Gilberto Gil, a disputa pelo cargo tem momentos de estridente intensidade, mas o que de fato está por de trás de tudo isso? Não se entende que projeto tão magnífico é esse que não é atendido pela nova Ministra, ou por outra, o que de tão importante foi descontinuado ou relegado. Falar em Criativo Comum não é sério e desqualifica, não há parte alguma no globo onde isso tenha a mínima relevância apesar do Deus nos acuda quando aqui foi retirado de um rodapé. O que está de fato por trás de tudo isso?
Rubens Gerchman
A ideia de continuidade no Ministério da Cultura deveria por si só ser abandonada, afinal qual a grande vitória obtida nas gestões passadas senão a organização burocrática e institucional, que se por um lado é importante e necessária, podemos considerar que seria realizada por qualquer Ministro.
Não se deu trégua a Dilma mesmo antes de mais nada. Como de fato a Cultura não se envolveu para sua eleição, exceção salvadora de Chico Buarque e Niemeyer, é compreensível a má consciência. Mas o Brasil elegeu a Dilma e quer ver nela a coragem para enfrentar quem quer fazer dela apenas uma desqualificada sucessora. Vamos torcer por ela e pelo governo dela, e com Ana Buarque de Hollanda, por que não?
A seguinte nota foi publicada no dia 24 de março, na coluna de Ivan Santos, no Correio de Uberlândia:
Ministra na marca do pênalti          
Ana de Hollanda, ministra da Cultura do Brasil, está na marca do pênalti para ser chutada. Parece até um corpo estranho no centro do poder político em Brasília. Para certa mídia interessada, é ela incompetente. Por que carga tão pesada contra a ministra? Primeiro, ela não é filiada ao PT nem a nenhum partido da Base. Será por isto que há tantas forças ocultas interessadas na demissão dela? Quem tiver conhecimento para ler hieróglifos e souber interpretar parábolas, pode entender por que tantas cabeças coroadas estão preocupadas com a ministra da Cultura. Recentemente, um terço da influente Comissão de Cultura do Senado, composta por 27 senadores, aprovou um convite à ministra para ouvi-la sobre temas de “máximo interesse social”. Antes, é bom saber que há no Congresso mais de 200 parlamentares donos de emissoras de rádio ou de televisão. Donos diretamente, donos por meio de parentes ou de laranjas. As emissoras dos políticos devem ao ECAD – entidade que arrecada direitos autorais – mais de R$ 1 bilhão. Devem, não pagam e não dão explicação. O ECAD nunca teve coragem de cobrar as dívidas dos “senhores da República”. Agora, com apoio da ministra da Cultura, o ECAD passou a cobrar os direitos autorais e ameaça levar as emissoras dos poderosos à Justiça. Então a ministra é incompetente! Deu pra entender por que alguns intelectuais a serviço de donos de emissoras pedem a cabeça de Ana de Hollanda? 

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